Instigado pela água, o chiar da mó que labuta pacientemente na moagem do cereal confunde-se com a voz de Albino Simões que vai explicando, a espaços breves, porque persiste no ofício de moleiro. Cresceu ouvindo a cantilena ininterrupta das mós — descende de uma família de moleiros do Avenal e foi dela que recebeu não só o próprio engenho, como também o saber-fazer. Mas poucos há que saibam e queiram aprender esta arte. Até mesmo porque a tradição e a prosperidade da pequena indústria moageira são águas passadas e agora, afora alguns padeiros da região, já só uma modesta freguesia procura o milho partido para a criação ou a fina farinha para a broa.
O livro: Edgard Panão (2000) - O moleiro inteligente. Ensaio sobre genealogia popular-burguesa, Condeixa.
Panão - apelido de uma família há 400 anos. Prolegómenos a uma Genealogia futura. As origens, evolução e ramos, na actualidade, de uma família ancestral.
Um livro que segue as pisadas de uma família de moleiros, a família Panão, que exerceu esta actividade em vários moinhos ao longos das ribeiras, em diversos lugares da Freguesia de Sebal e de Condeixa. Seguindo o rasto da família, o autor chega a Sesimbra onde habitam outros Panões (marítimos) e em Monsanto, cncelho de Idanha (pastores).
Na pagina 60 apresenta uma foto do Fernando Mourão e de Maria da Piedade Panão Ameixoeiro, que foram moleiros no Moinho de Além, Avenal.
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